sábado, 23 de maio de 2020

A poesia popular está de luto em Patos


O poeta popular Gilmar Pereira dos Santos, de 50 anos, muito conhecido por perambular recitando poesias nas praças e instituições públicas de Patos, faleceu por volta das 17 horas desta sexta-feira, 22/05, em Campina Grande.
Gilmar estava internado há 17 dias em um hospital psiquiátrico em Campina Grande e, na tarde desta sexta-feira apresentou um quadro de pneumonia, foi internado numa Unidade de Pronto Atendimento e não resistiu. A família disse que ele já vinha apresentando problemas de saúde e que não se trata de Covid-19.
Ele morava com a mãe, dona Janaci Pereira de Araújo, na Rua Porfírio da Costa, no Santo Antônio. Ela está arrasada. “Era a minha companhia”, disse ela.
Ele era natural de Governador Valadares, MG, mas morava em Patos desde os cinco anos de idade. Era poeta de improviso e adorava mostrar seus versos para as pessoas. Também compunha músicas. Algumas das suas poesias foram publicadas em periódicos locais.
O corpo será trasladado para Patos e sepultado na manhã deste sábado, 23, no Cemitério Santo Antônio, no Monte Castelo, em Patos.
Era solteiro, não deixa filhos. Gilmar era muito querido em Patos, admirado, e sua morte repercute muito nas redes sociais.
Veja uma reportagem sobre ele feita pela Folha Patoense em 2017: Gilmar Pereira, o Poeta das Manhãs, e o sonho de publicar um livro
Seu nome é Gilmar Pereira dos Santos, tem 47 anos, mora com a mãe e uma criança de cinco anos, que a família cria desde os seis meses de idade dela.
Ele é natural de Governador Valadares, MG, mas mora em Patos desde os cinco anos de idade. “Minha mãe é daqui, mas morava lá”, disse.
Gilmar não chegou a concluir o 2° grau. Enfrenta problemas de saúde e é aposentado.
Ele perambula pelas ruas de Patos, principalmente na parte da manhã, e onde chega recita poesias, improvisa e, se participa de algum evento, é sempre convidado a usar da palavra e recitar alguma poesia, o que ele faz com prazer.
Na Secretaria de Cultura, na Fundação Ernani Sátyro, nas praças, onde quer que chega ele interage, quase sempre para mostrar a sua nova prosa, o seu novo verso.
Faz poesias populares desde os 11 anos de idade. Já teve duas músicas classificadas (“Tudo aqui vira canção” e “Oh, minha Paraíba”). Uma música classificada entre as 12 e outra entre as 36 selecionadas. Uma das canções foi defendida por ele mesmo; outra foi defendida por uma amiga dele, Amanda.
Gilmar faz versos de improviso, mas diz que já não como antes: “Sofri uma queda e fui prejudicado na minha cognição e já não improviso tanto quanto antes”, disse.
Ele admira os repentistas Ivanildo Vila Nova e Oliveira de Panelas e está sempre fazendo poesias. “Meu sonho é publicar um livro. Já tenho o livro pronto, o que falta é condições”, disse.
O Poeta das Manhãs, ao conversar com a Folha Patoense, disse que queria se despedir com uma poesia dele. “Essa poesia eu peguei o mote de Oliveira de Panelas, que diz ‘Como é triste um passarinho viver preso na gaiola’, e fiz os meus próprios versos em cima do mote dele:
Feito uma maré sem orla
E pinto sem ter seu ninho
Solidão, sem pergaminho
Sua comida, uma esmola
Se a mata é sua escola
Que lhe trata com carinho
Cansado canta sozinho
Pois seu canto não decola
Como é triste um passarinho
Viver preso na gaiola
A prisão que lhe assola
Sem beijar-flor, é espinho
Na mata não faz seu ninho
Feito onda sem marola
É um jogador sem bola
É um odre sem ter vinho
E cantar triste é mesquinho
É repente sem viola
Como é triste um passarinho
Viver preso na gaiola.”

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com 

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