segunda-feira, 14 de março de 2011

projeto JULIANA

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em sua abordagem à Promoção de Saúde em Escolas, visa à melhoria da saúde de toda a população escolar, através do desenvolvimento de ambientes favoráveis que conduzam à promoção de saúde. Sendo, portanto, a educação fundamental para despertar nas pessoas o interesse em manter saúde, e introduzir cuidados com a higiene bucal nos primeiros anos de vida escolar, através de atividades educativas, preventivas e curativas, estabelecendo a promoção, manutenção e motivação da saúde bucal em crianças matriculadas em escolas municipais de educação infantil e juvenil, uma vez que valores e atitudes adquiridos durante os primeiros anos de vida ficam fortemente resistentes a mudanças e se tornam hábitos rotineiros (FARIA, OLIVEIRA, PORDEUS, 1997).
A escola é um ambiente propício para o desenvolvimento de programas de saúde, pois reúne crianças em idades que favorecem a assimilação de medidas preventivas, como hábitos de higiene bucal e dieta, que são formados na infância (Almas et al., 2003; Mastrantonio & Garcia, 2002;Vasconcelos et al., 2001). A escola também é um espaço socialmente reconhecido para desenvolver o ato pedagógico, é uma instituição em que o ser humano passa longa e importante etapa de sua vida. Por sua missão educativa ser complementar à missão da família, a escola contribui na construção de valores pessoais e dos significados atribuídos a objetos e situações, entre eles a saúde.
A escola saudável é aquela que possui um ambiente solidário e propício ao aprendizado, por isso ela deve estar engajada no desenvolvimento de políticas públicas saudáveis e na estimulação da criação de entornos favorecedores à saúde, na aprendizagem de comportamentos que permitam a proteção do meio ambiente, na conservação de recursos naturais e na implicação cada vez maior da população em projetos de promoção da saúde (AERTS et al. 2004).
A educação e motivação são capazes de despertar interesse pela manutenção da saúde, desenvolvendo nas pessoas consciência crítica das reais causas de seus problemas (Santos et al. 2003; Petry & Pretto, 2003; Moysés & Watt, 2002).
Os professores e alunos do magistério podem colaborar com a educação em saúde, pelo fato de seu constante convívio com escolares favorecer o desenvolvimento de orientação quanto aos cuidados com a saúde bucal agindo, assim, como parceiros dos programas preventivo-educativos. Diversos estudos ressaltam a importância do professor de ensino fundamental na veiculação de informação sobre saúde bucal para crianças (Campos & Garcia, 2004; Almas et al., 2003; Santos et al., 2003). Neste sentido, é essencial o trabalho conjunto entre profissionais de saúde e educação, atuando como colaboradores dos programas educativos-preventivos.
Este projeto visa dar oportunidade ao aluno a aproximação e contato direto tanto com o profissional como seus equipamentos de trabalho. A finalidade deste procedimento é aumentar a eficácia e produtividade do atendimento odontológico com a cooperação dos pacientes perante o tratamento curativo, e consolidação das atividades preventivas desenvolvidas nas escolas, aumentando assim a produtividade e eficácia de cobertura da população alvo.


2. REVISÃO DE LITERATURA

A escola e o serviço de saúde atuam na vida cotidiana, discutindo valores, crenças, mitos, hábitos e estilos de vida em momentos em que os indivíduos estão mais suscetíveis à reflexão sobre esses aspectos. Nessa perspectiva, é de especial importância a atuação desses setores junto a crianças e adolescentes, sujeitos em desenvolvimento, na construção de projetos saudáveis de vida. Um exemplo disso, em relação a meninas, é a questão da gestação na adolescência. Para as mais pobres, muitas vezes, a maternidade coloca-se como um projeto de vida, sendo a única alternativa ao desenvolvimento profissional obstaculizado pela falta de caminhos.
Para os meninos, acontece situação semelhante: a afirmação da identidade social pode se dar pela vinculação a grupos que se utilizam de condutas anti-sociais, como o roubo ou uso de drogas lícitas e ilícitas, colocando-os no caminho da violência. Em tais situações, a saúde e a educação devem atuar conjuntamente, contribuindo para a construção de projetos alternativos de vida. Tomando-se a educação como um processo dialógico, problematizador e inclusivo, que visa à construção da consciência crítica sobre o ser e o estar no mundo, observam-se várias tentativas de mudanças pedagógicas em diversas cidades do Brasil (AERTS et al. 2004).
Ações educativas em saúde bucal são realizadas no ambiente escolar brasileiro desde o início do século XX, em 1912, quando foi implantado o Programa de Saúde Bucal para Escolares na cidade de São Paulo. Apesar disso, poucos estudos foram encontrados na literatura sobre os conhecimentos e hábitos em saúde bucal que as crianças possuem. Uma das implicações deste fato é o desenvolvimento de programas educativos descontextualizados, com conteúdos inadequados. Além disso, a escassez de informações muitas vezes impossibilita uma avaliação adequada da metodologia empregada pelos programas e dos seus resultados (FIGUEIRA; LEITE, 2008).
O ambiente escolar é o principal meio de aprendizado e conhecimento da criança de 3 a 7 anos. Nesta fase a criança está se socializando, deixando o egocentrismo e descobrindo que o mundo não gira ao seu redor.
A necessidade de haver uma integração entre alunos e Cirurgião-Dentista é fundamental para uma aceitação e colaboração dos alunos perante ao tratamento odontológico.
A dificuldade poderá ser a barreira psicológica ao medo do desconhecido por parte da criança da educação infantil (criança de 3 a 7 anos de idade) e a necessidade de enfrentar um tratamento odontológico curativo e do tempo de atendimento não ser suficiente para o condicionamento da criança.
Segundo TEUSCHER (1999), devemos alcançar alguns objetivos específicos para tratamento da criança; interessar e educar a criança nos cuidados da higiene bucal; educar a criança para que aceite o tratamento necessário e periódico de seus dentes; ajudar a criança que aceite a responsabilidade por sua própria saúde bucal.
Aos três e sete anos de idade, com a entrada da criança na escola, tem início o chamado período de socialização. A escola e o ensino atendem a curiosidade da criança. Sua necessidade de realização e o desejo de firmar independência, evidencia a primeira forma de responsabilidade .
A criança tem poucos conhecimentos da situação odontológica, e instintivamente teme o desconhecido. Daí a importância da apresentação do equipamento e instrumental.
A educação em saúde na escola não visa a manipulação do comportamento das crianças desvinculadas dos conhecimentos de saúde mas ajudar a cada aluno compreender a si próprio como um ser físico, mental e social. A participação dos educadores no processo de formação de bons hábitos em saúde bucal é favorável, sendo mais um meio a ser utilizado para se alcançar melhores índices de saúde e higiene bucal na população. Um ambiente escolar saudável e exemplar incentiva as pessoas a agirem como agentes transformadores da realidade em benefício de suas próprias vidas.
Tomou-se como referência para o entendimento de modelo ou modo de atenção, três definições de autores brasileiros. A primeira define-o como um conceito capaz de articular o técnico e o político, incorporando contribuições sociais, culturais, políticas, clínicas, éticas, jurídicas, administrativas, dentre outras (CAMPOS, 1995). A segunda, de Carvalho & Ribeiro (1998), define-o como a maneira como são organizadas e combinadas as diferentes ações de intervenção no processo saúde e doença; e a terceira, proposta por Paim (1998), como as combinações tecnológicas utilizadas pela organização dos serviços de saúde em determinados espaços-populações, incluindo ações sobre o ambiente, grupos populacionais, equipamentos comunitários e usuários de diferentes unidades prestadoras de serviços com distinta complexidade. Assim, a promoção da saúde passou a ser vista como uma estratégia mediadora entre pessoas e ambiente, visando aumentar a participação dos sujeitos e da coletividade na modificação dos determinantes do processo saúde-doença, como emprego, renda, educação, cultura, lazer e hábitos de vida.
Desse modo, busca proporcionar aos povos meios necessários para melhorar sua saúde, cabendo ao estado a responsabilidade de reduzir as diferenças, assegurar a igualdade de oportunidades e promover os meios que permitam a todos desenvolver um melhor controle sobre ela (BUSS, 2000)
A necessidade de melhorar os índices epidemiológicos de saúde bucal e de ampliar o acesso da população brasileira às ações a ela relacionadas – quer em termos de promoção, quer de proteção e recuperação – impulsionou a decisão de reorientar as práticas de intervenção, valendo-se, para tanto, de sua inclusão na estratégia de saúde da família (BRASIL, 2000).
Uma questão de interesse para a saúde coletiva é a possível contribuição do atendimento odontológico para a prevenção de doenças bucais. Uma revisão sistemática16 da literatura apontou, na maioria dos estudos, melhorias de condições gengivais obtidas em curto prazo por iniciativas de promoção da saúde bucal. Embora os estudos que integraram a revisão sistemática tenham se centrado em ações educativas conduzidas em escolas e na comunidade, seus resultados suscitaram a hipótese de que o atendimento odontológico público e privado possa ter incorporado elementos de promoção da saúde bucal à prática clínica (ANTUNES et al., 2008).
A cárie dentária é a patologia mais comum da cavidade bucal, possuindo etiologia complexa e multifatorial, que inclui microbiota, dieta, hospedeiro, além de fatores coadjuvantes como socioeconômicos e ambientais. Embora os benefícios das mudanças de hábitos (higiene e dieta) sejam conhecidos pelo cirurgião-dentista, as informações sobre saúde bucal ainda são pouco divulgadas entre a população em geral (FIGUEIRA; LEITE, 2008).
Contudo, a doença cárie, ainda se caracteriza como um grande problema no que se refere à saúde bucal, por isso na prática odontológica atual, a prevenção têm se mostrado a melhor forma de abordagem visando a promoção de saúde. Para tanto, a educação e a motivação são ferramentas indispensáveis.
Baseados neste contexto, muitos trabalhos educativos-preventivos vêm sendo realizados dentro de instituições de ensino infantil e fundamental buscando transmitir informações e motivar as crianças a cuidarem de sua higiene bucal. Entretanto, sabe-se que para a assimilação de informações e incorporação de hábitos saudáveis, de maneira ideal, deve-se realizar um programa contínuo, adequado à realidade do público a ser atendido, que também seja capaz de atingir e abranger todas as pessoas envolvidas com a população alvo para que essas possam interferir dentro da sua realidade cotidiana. Assim sendo, a incorporação da família e/ou professores dentro destes programas podem representar uma grande estratégia para seu sucesso, pois a estratégia intersetorial, a saúde e a educação devem poder ser pensadas de forma mais integradora.
Em maio de 2001, foi assinada uma portaria interministerial que elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação. Esses parâmetros apontam para a construção de uma nova cultura em que a saúde e a educação trabalhem com temas transversais ¬ pluralidade cultural, ética, orientação sexual, cidadania, meio ambiente, trabalho, consumo ¬ com base em situações concretas vivenciadas no cotidiano das populações. Assim, o conhecimento deve ser tratado como algo que é construído e apropriado, fruto da interação e cooperação entre sujeitos que são diferentes. Os novos parâmetros curriculares apontam para a necessidade de planejar o trabalho institucional levando em consideração as especificidades locais, regionais e culturais.
O grande desafio, hoje, consiste em desenvolver uma sociedade mais saudável, estimulando o planejamento de políticas públicas capazes de promover a saúde, investindo em pesquisas e ações que incidam na melhoria da qualidade de vida das populações e estimulando a participação popular (AERTS et al., 2004).
Esse novo jeito de fazer saúde exige que os profissionais desempenhem o papel de educadores, sendo capazes de auxiliar a população sob sua responsabilidade a tornar-se agente na promoção e proteção de sua saúde e da saúde da cidade. Para tanto, devem desencadear um processo de aprendizagem, no qual o ensinar e o aprender possam se efetivar de uma forma relacional e não hierárquica. Nesse sentido, as pessoas devem ser o elemento central de todas as ações (primazia das pessoas), tendo mais controle sobre suas próprias vidas (apoderamento), sendo capazes de identificar fatores que afetam sua saúde e, com isso, exercendo maior controle sobre eles (HILLS, 2000).
Os procedimentos de educação em saúde além de motivar as crianças, criam um vinculo entre o profissional e os alunos, facilitando o atendimento curativo no consultório odontológico. Agiliza o tempo de atendimento, pois o primeiro contato já foi estabelecido em sala de aula fazendo com que haja uma maior afetividade e cooperação do aluno aumentando assim o número de pacientes atendidos dando uma maior cobertura aos alunos. O “medo” passa a ser administrado pela criança de maneira consciente e responsável de modo a colaborar com o atendimento odontológico.
As atividades realizadas sobre saúde bucal como escovação supervisionada faz com que os alunos se interessem em desenvolver hábitos de higiene bucal corretos.
Frente a isso, tal projeto proporciona uma análise quanto à promoção de saúde bucal que acontece com os alunos de creches e escolas do ensino fundamental da rede pública do município de Mãe D’ Água- PB, onde este programa de Promoção de Saúde Bucal nessas escolas municipais será desenvolvido com parceria entre a Prefeitura Municipal, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Educação , contando com a participação dos Agentes Comunitários, Diretores e Docentes dos estabelecimentos de ensino.

3. OBJETIVOS

O presente Projeto tem por objetivos:
- Melhorar as condições de saúde bucal da população de Mãe D’Água;
- Orientar as práticas de atenção à saúde bucal, consoante ao preconizado pela Estratégia de Saúde da Família;
- Assegurar o acesso progressivo de todos os alunos residentes nas áreas cobertas pelas equipes de saúde da família às ações de promoção e de prevenção, bem como aquelas de caráter curativo-restauradoras de saúde bucal;
- Capacitar, formar e educar permanentemente os professores das escolas e creches por intermédio da articulação entre o ESF e as instituições de ensino.
- Avaliar os padrões de qualidade e o impacto das ações de saúde bucal desenvolvidas;
- Melhorar as condições de saúde oral dos escolares;
- Diminuir os índices de doenças bucais dos estudantes;
- Esclarecer dúvidas e ensinar técnicas de cuidados em saúde bucal;

Diante deste objetivo, e através do projeto tem se considerado também o processo de construção de Sistema Único de Saúde, regulamentado pela Constituição de 1988, ao ser desenvolvido sobre os pilares da universalização, da descentralização e da integralidade da assistência, a interdisciplinaridade tem como objetivos a integração e a organização das atividades, com o propósito de enfrentar e resolver os problemas identificados sendo este, um dos caminhos a ser seguido para a efetivação do SUS. A ESB se caracteriza pelo trabalho articulado, mantendo diálogo e a integração entre a ESF e os membros educadores da rede pública.


3.1METAS

1. Ampliar as atividades de escovação supervisionada em grupo;
2. Dar ênfase para a prevenção de doenças bucais como: cárie, doença periodontal;
3. Aumentar as atividades de aplicação tópica de flúor;
4. Evitar futuras doenças bucais com a estratégia de prevenção e promoção;
4. Aproximar os alunos da rede pública ao atendimento na ESF e realizar ações também no campo da assistência individual afim de receberem tratamentos preventivos, educacionais e procedimentos cirúrgico-restauradores.


4. METODOLOGIA
O projeto “De volta as aulas com Saúde Bucal ” da Secretaria de Saúde de Mãe D’Água , será desenvolvido pela cirurgiã-dentista Juliana Rodrigues Paulo (PSF I). O projeto será desenvolvido no município pela equipe de Saúde Bucal (ESB) da Estratégia Saúde da Família (ESF) e estará em funcionamento a partir de fevereiro deste ano.
A partir dos dados coletados pela equipe de Saúde Bucal da ESF através do Programa de Saúde na Escola, os índices de cárie dentária da população escolar da rede pública foram avaliados por meio de exames clínicos (Odontograma) afim de realizar um diagnóstico situacional da saúde bucal e colocar em prática um programa permanente de educação em saúde, utilizando métodos de promoção de saúde.
O projeto será desenvolvido de forma a abranger, gradativamente, o número total de estabelecimentos de ensino da rede pública de Mãe D’Água ,as quais já receberam atividades educativas para promoção da saúde bucal, como palestras e filmes educativos e demonstração de higienização em macro-modelos; distribuição de kits do Brasil Sorridente, realização de escovação supervisionada e aplicação tópica de flúor gel.
Com uma amostra representativa de todos os alunos devidamente matriculados nas escolas da rede pública municipal e estadual de Mãe D’ Água e da creche municipal, todas da área de abrangência do PSF I foram incluídas na seleção da amostra. Os participantes do estudo foram selecionados em um processo de amostragem por conglomerado em etapas
A partir do cadastro da escola, será elaborado um cronograma e as atividades serão realizadas na ESF, com atendimentos preventivos e curativos diagnosticados estes através do levantamento epidemiológico. Com isto estabelecer um diagnóstico situacional e planejar a implantação de métodos de promoção de saúde cada vez mais eficazes que, certamente, vão contribuir para promover a melhoria das condições de saúde bucal e, consequentemente, da qualidade de vida dos escolares.
Fazem parte do projeto a cirurgiã-dentista Juliana Rodrigues Paulo e a Auxiliar de Saúde Bucal Anatiane Ferreira Cabral.
Tal estudo de natureza preventiva-curativa visa verificar a promoção de saúde bucal que acontece com os alunos de creches e escolas de ensino fundamental I e Médio da rede pública do município de Mãe D’ Água, com a representação de profissionais da rede públicas da saúde e educação do município de Mãe D’ Água: Secretária de Educação, Cirurgiã-Dentista , Auxiliar de saúde bucal, Agente Comunitário de Saúde, Diretores e Professores das instituições de ensino da rede pública.
Em sala de aula os professores serão orientados a abordarem com os alunos a importância da higiene bucal, bem como a procura nos postos públicos de tratamento odontológico. Entre os motivos, está a de que, os alunos relatam aos pais o aprendizado adquirido na escola, nesse caso a higienização bucal correta e a importância desta acontecer diariamente, pois a partir do momento que os alunos são orientados da importância da higiene bucal e isso se torne uma prática rotineira, a tendência é que se torne um hábito de toda a família.

4.1. SISTEMA DE ATENDIMENTO BÁSICO

Depois de feito o levantamento epidemiológico, tentou-se identificar as principais carências desta população. Para se fazer uma comparação dos dados utilizou-se os dados do SIAB – Sistema de informação de Atenção Básica e os dados do exame clínico realizado nos escolares no PSE, para embasar as ações desenvolvidas.
A atuação em equipe multiprofissional possibilita aos participantes do projeto desenvolver ações globais de educação em saúde, a partir das necessidades diagnosticadas na comunidade, e através da interdisciplinaridade, de maneira a colaborar no produto final único; o presente projeto, de caráter permanente, será desenvolvido a partir de fevereiro de 2011.

4.2. PROPOSTA DE ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA PARA DISSEMINAÇÃO DA SAÚDE BUCAL NO PROJETO

O desenvolvimento de um plano de ação voltado à saúde bucal nas escolas, foi pensado em 5 etapas, sendo que apenas a primeira etapa já foi realizada, são elas:

1º Etapa

Foi realizado um levantamento epidemiológico nos alunos das escolas da rede pública de Mãe D’ Água e na creche municipal, com utilização do odontograma que o PSE construiu. A aproximação entre alunos e a Cirurgiã-Dentista foi feita através de um primeiro contato em sala de aula, onde levou-se até a sala de aula bandejas com alguns instrumentais clínicos como espelho, onde realizou os exames clínicos. Foram desenvolvidas palestras com informações sobre saúde bucal, cuidados que devem ter com alimentação adequada e higiene oral correta, escovações coletivas supervisionadas realizadas pela CD, ASB e professores e aplicação tópica de flúor gel.

2º Etapa

Será confeccionado um informativo destinado aos pais das crianças e adolescentes esclarecendo sobre o projeto a ser desenvolvido nas escolas e na ESF, com a autorização dos mesmos para realizar o tratamento odontológico necessário de cada aluno. Assim como também uma apostila sobre Saúde Bucal, com uma linguagem fácil, simples e acessível, tratando de assuntos como o que é o dente, para que serve, o que é a doença cárie, doenças periodontais, a importância do flúor, da escovação, do fio dental, higiene bucal em gestantes e bebês, o que é a cárie de mamadeira, o que fazer com a urgência em fraturas dentárias. Esta apostila será desenvolvida para ser destinada às agentes comunitárias, professores e pais. Dentro desta etapa ainda teremos como meta: Desenvolver palestras com professores do município por seu caráter de formador de opinião, em que estes ajudam na formação das crianças, sendo instrumento valioso na disseminação da Saúde Bucal.


3º Etapa

Realização de campanhas de conscientização dentro das escolas, elegendo e inserindo um dia do ano para ocorrer programações de cunho conscientizador, como o “Dia da Saúde Bucal”, no calendário da escola, através de teatro, palestras, filmes educativos, dependo da escolaridade do aluno, voltado para a Saúde Bucal.

4º Etapa

Viabilização da clínica da ESF I de Mãe D’Água em dias programados pela ESB, para atendimento de pacientes com necessidade de tratamentos cirúrgico-restauradoras de maior complexidade. Os resultados dessa etapa tendem a uma redução significativa dos fatores de risco à cárie, observados assim como uma diminuição das necessidades de tratamento em todos os grupos contemplados. Conclui-se, portanto, que esta estratégia viabiliza o desenvolvimento de uma prática odontológica mais resolutiva e integral. Contribui ainda para o exercício da interdisciplinaridade e para o respeito aos princípios da integralidade e da eqüidade no trabalho da equipe de saúde da família.

5º Etapa

Depois de analisar os resultados obtidos com estas ações, tentar difundir para todo o município, pelo caráter permanente do projeto e incentivar nas escolas as leituras de livros infantis e materiais didáticos fornecidos pelo Ministério da Saúde, realizadas pelos professores bimestralmente e atividades didáticas desenvolvidos pelos alunos a partir da leitura executada.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa maneira, a produção, por meio de diferentes abordagens e estratégias metodológicas, sustenta-se às práticas de promoção da saúde bucal dos alunos matriculados em escolas da rede pública, incluindo desde a teoria de higienização realizada pelos professores em sala de aula à prática desenvolvida pelos Agentes Comunitários de Saúde do bairro em que a escola está inserida, bem como o atendimento a população na ESF pela Cirurgiã-Dentista.
Os benefícios serão maiores viabilizados, já que o desenvolvimento de uma criança passa com certeza também pela escola que é responsável pela continuidade de sua educação, na qual está inserido o desenvolvimento intelectual, social e emocional. Pontos fundamentais para que se estabeleça a continuidade desses princípios básicos de higiene para uma vida mais saudável.
Em suma, a realização de tais trabalhos preventivos de sáude bucal, proporciona levar conhecimentos básicos para a prática diária, não só dos alunos, como também por meio destes, inseri-las no cotidiano familiar, atingindo a todos da importância preventiva da saúde bucal.
Assim, muito além de aprender, está o poder de multiplicar, poder dar continuidade ao projeto disseminando conhecimentos, objetivando a extrema importância para que se crie a consciência de que todos podem mudar para melhor a qualidade de vida de sua família, seus amigos e todas as pessoas que vivem ao seu redor.
Nos limites deste texto, quando nos referirmos à educação em saúde estamos identificando processos técnicos informais de troca e socialização de conhecimentos e práticas relativos a um problema de saúde pública. Inclui-se desde capacitações e treinamentos de curta duração dirigidos a diferentes profissionais e trabalhadores até atividades educativas com diferentes públicos-alvo (gestantes, crianças de uma escola, adolescentes).
São considerados problemas de responsabilidade individual, cabendo aos profissionais de saúde o dever de transmitir as informações necessárias para uma boa saúde. Acredita-se que a transmissão de informações tem elevado potencial para produzir alterações nas condições de produção das doenças e, portanto preveni-las.
Na atualidade, considera-se que a prática do educador apresenta maior probabilidade de alcançar resultados positivos quando concebe a educação como socialização de conhecimentos e práticas. É de Paulo Freire a expressão "educar-prevenindo para prevenir-educando", pois para ele, "só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo. Aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações concretas".
O papel do educador em saúde bucal será tanto mais fecundo quanto mais possibilitar o desenvolvimento de informações e práticas que possam contribuir para uma elevação da consciência em relação ao próprio corpo, aos determinantes sociais do processo saúde-doença, e a organização de práticas coletivas de saúde. As pessoas são convidadas a participar ativamente da produção de saúde, superando a postura de consumidores passivos de ações curativas e remédios.













6. REFERÊNCIAS

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6. ANEXOS


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