A redução passará a valer a partir de hoje. Especialistas temem que o momento não seja o melhor para estimular o consumo, já que o País está na iminência de uma crise no fornecimento
A partir de hoje a conta de luz ficará mais barata do que havia sido anunciado pelo Governo Federal em 2012. A boa notícia para os consumidores foi dada, ontem, pela presidente Dilma Rousseff. A queda que antes seria de 16,2% para os consumidores residenciais, agora será de 18%. Para os setores industrial, agricultura, comércio e serviços a redução ficará em 32%, mais que os 28% anunciados ano passado.
“Acabo de assinar o ato que coloca em vigor a partir de amanhã (hoje) uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas (que seria no dia 5/2), estamos dando um índice de redução maior que o previsto e já anunciado”, afirmou a presidente no pronunciamento, que serviu também para assegurar que não haverá racionamento de energia no Brasil.
Mas a boa notícia preocupa especialistas, como o economista Pedro Jorge Viana. Para ele, o momento não é o mais oportuno. “Estamos num momento preliminar de uma crise energética. O que o Governo tem que fazer é poupar energia”. Vieira teme que essa redução leve a um aumento do consumo, o que não é recomendável agora.
O impacto da redução no setor industrial cearense será pequeno, afirma o economista, já que poucas indústrias tem uso intensivo de utilizam energia. “Talvez o setor têxtil seja o mais beneficiado, já que as indústrias usam teares eletrônicos”, diz.
Consumo pré-2001
Tomaz Nunes Cavalcante, mestre em distribuição de energia elétrica e especialista em eficiência energética, diz que a redução das tarifas é extremamente saudável num contexto de crise mundial, onde países em desenvolvimento buscam reduzir custos para incentivar a produtividade e o aumento da competitividade. “A energia elétrica deve ser o segundo ou terceiro maior custo de uma indústria. Mas neste momento nossas reservas hídricas estão se recompondo e o consumo per capita do brasileiro está voltando a índices anteriores a 2001. A cultura da eficiência energética que a população adquiriu na última década está se perdendo”.
Segundo Cavalcante, o brasileiro desperdiça por ano o equivalente ao consumo de energia do Estado do Rio de Janeiro.
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