Em uma reunião bastante esclarecedora sobre as atribuições do Ministério Público Federal (MPF) na cidade de Patos, o Procurador da República Dr. João Rafael discutiu abertamente sobre as demandas do órgão, ouviu reclames dos participantes e fez revelações de como é o dia a dia do MPF que tem jurisprudência sobre 48 municípios do sertão paraibano.
A reunião, que aconteceu na noite desta quarta-feira, dia 12, na Associação Comercial e Industrial de Patos, foi promovida pelo Grupo Independente de Análise e Ação Social e Política de Patos (GIAASP) e contou com representações da Prefeitura Municipal de Patos, líderes comunitários e presidentes de entidades.
Durante sua exposição, Dr. João Rafael relatou que a Delegacia de Polícia Federal não dispõe de força no sertão e por isso é tão difícil atuar nos casos de sua competência. De acordo com o Procurador, a Polícia Federal necessita de mais policiais e delegados para cumprir seu papel, mas infelizmente não os tem e os casos se avolumam sem que o órgão ofereça uma resposta mais eficaz à sociedade.
Em determinado ponto de sua explanação, o Procurador da República disse: “A corrupção é maior no sertão. Existem gestores que tem um patrimônio incompatível com a realidade do seu salário como representante. 80% dos casos no Ministério Público são por fraudes em licitação”, relata. “Estamos atrasados do ponto de vista das investigações criminais. Muita coisa tem que ser mudada nas nossas leis para dar uma melhor resposta aos desejos sociais. A sociedade quer respostas, mas não percebe que existem leis atrasadas que dificultam o trabalho das instituições”, disse Dr. João Rafael.
Com relação aos problemas na saúde o Procurador da República confessou que está exigindo a conclusão das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) na cidade de Patos, cobrando que sejam colocados pontos eletrônicos nas unidades de saúde para evitar que profissionais não cumpram seus expedientes normalmente e falou sobre os processos contra o Hospital Regional de Patos com relação às vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e demais pontos que dizem respeito às atribuições do MPF.
Dr. João Rafael respondeu indagações dos cidadãos e representantes públicos, e se colocou a disposição da sociedade para maiores esclarecimentos. O Procurador disse que muitas pessoas ainda não têm noção exata das atribuições do MPF e que vários casos são encaminhados, mas que não pertence ao órgão.
O presidente do GIAASP, Luciano Dias, ficou satisfeito com a explanação e mais uma vez lamentou que a sociedade que tanto cobra medidas enérgicas por parte das instituições tenha se ausentado do momento ímpar da reunião pública.
Jozivan Antero – Patosonline.com
OUÇA entrevista com Dr. João Rafael e com Luciano Dias:
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