Após quase 40 dias do decreto de calamidade pública com medidas restritivas como forma de combate ao novo coronavírus (Covid-19), o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), disse nesta quarta-feira (29) que não vê possibilidade de reabertura do comércio no estado nos próximos dias. Em entrevista ao JPB1, ele também afirmou que vai flexibilizar as restrições para alguns tipos de serviços e distribuir máscaras para a população.
“Nós temos levantados casos de alguns estados que fizeram esta abertura e que os números dispararam. Nós estamos com mais de 700 casos na Paraíba, com muitas mortes. Nós estamos subindo essa ladeira ainda. O Brasil passou 40 dias para ter mil mortes. Hoje estamos tendo no país mil mortes a cada dois dias, praticamente. Este é o cenário que estamos vivendo neste momento e na Paraíba não vai ser diferente ”, disse João em entrevista ao JPB1.
O último decreto publicado pelo estado prorrogou as medidas restritivas até o domingo (3), mas o estado prevê a publicação de mais uma prorrogação durante o final de semana. Segundo o governador, há a possibilidade da flexibilização das medidas para alguns setores.
“Um caso que eu uso como exemplo, para evitar um problema maior, é o das empresas que fazem manutenção em piscinas. Algumas piscinas estão ficando sem limpeza e isso pode gerar focos de dengue e agravar o problema. É possível que algum tipo, especificamente como este, bastante pontual, possa ser liberado. Mas o comércio de forma geral, não vejo essa possibilidade”, explicou.
Segundo João, a flexibilização das medidas restritivas só podem ser feitas após uma análise dos números da pandemia. Na Paraíba, até esta quarta-feira, 46% dos leitos de UTI implantados estão ocupados.
“Estamos em um momento de reunião técnica. Nesta quarta vai haver uma reunião com o Ministério da Saúde, também com os governadores do Nordeste, para que a gente faça um levantamento e um balanço de tudo que está acontecendo”, comentou João.
Reunião com prefeitos
Nesta quarta-feira, o governador vai se reunir, às 18h, com o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), com o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD) e com o presidente da Federação das Associações de municípios da Paraíba (Famup) para alinhar as medidas que devem ser tomadas em todo o estado e evitar que algumas cidades possam determinar medidas restritivas diferentes das outras.
“A gente vai discutir a situação atual da Paraíba e espero que a partir desta reunião nós possamos sair de lá com a condição de colocar nossas equipes trabalhando conjuntamente para ter o mesmo foco. Espero chegar a este consenso sobre os pontos de vista e definir pontos que possam ser colocados dentro do novo decreto”, disse João.
Obrigatoriedade do uso de máscaras
O governador da Paraíba também falou sobre a preocupação do uso de máscaras pela população do estado. Segundo João Azevêdo, vai ser publicado em breve um edital onde o estado determina a compra de três milhões de máscaras que devem ser distribuídas com a população mais necessitadas.
“Queremos fazer um trabalho de informação, de educação, junto exatamente aos pontos de concentração de pessoas por conta de pagamentos do Bolsa Família, da parcela extra que o Governo Federal está disponibilizando. É inevitável que se tenha uma aglomeração nestes pontos. Vamos chegar com as máscaras, distribuindo, para que a partir de 4 ou 5 de maio a gente possa cobrar a obrigatoriedade do uso da máscara em locais públicos. Primeiro a gente precisa fabricar e entregar as máscaras para quem precisa, para depois cobrar”, disse.
Insatisfação de empresários
João Azevêdo também se pronunciou sobre empresários que estariam insatisfeitos com a cobrança de impostos do Fisco durante a pandemia. De acordo com o governador, do mesmo jeito que foram tomadas medidas sociais de proteção aos paraibanos, também foram feitas concessões para as empresas.
“Fizemos a postergação por 90 dias da cobrança do ICMS para todas as empresas que fizeram a opção pelo Simples Nacional, isso atende a 93% das empresas no estado da Paraíba. Também prorrogamos as validades de todas as certidões; durante 90 dias está suspensa a inclusão em qualquer dívida ativa em qualquer problema que se tenha em relação a estas empresas. Há um conjunto de ações determinadas dentro de um decreto que foi publicado e que já estão sendo implementadas. Se houver algum problema, as empresas podem procurar a Secretaria de Estado da Fazenda que vai ter o esclarecimento”, comentou.
G1/PB
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