segunda-feira, 4 de junho de 2012

650 mil sofrem com a estiagem no campo


Personagens que convivem com a seca sofrem sob o sol escaldante no Sertão paraibano. Em algumas regiões, a estiagem já dura nove meses, já que as chuvas fracas não contribuem em quase nada para garantir a terra molhada, a comida do gado e da população. Mesmo carentes de água e alimento, a falta de perspectiva não leva os sertanejos a desistir da luta pelo trabalho no campo.
Na Paraíba, 195 municípios já tiveram a situação de emergência homologada pelo Governo do Estado, que anunciou medidas de combate à seca, dentro do Plano Estadual Gestão de Riscos e Respostas à Estiagem. As estimativas são de que cerca de 2 milhões de paraibanos sofrem com os efeitos da seca, sendo mais de 650 mil residentes na zona rural. O Governo Federal também já liberou recursos.
O cenário proporcionado pela escassez de água é similar em várias áreas da Paraíba, desde o Seridó até o Alto Sertão do Estado.
As plantações de milho e feijão foram, em alguns casos, totalmente perdidas. Inúmeros poços artesianos ajudam a abastecer as comunidades com galões de água vendidos por até R$ 0,50.
Com o olhar sofrido por mais de 34 anos convivendo com períodos de seca, vizinho a um açude onde não se enxerga qualquer vestígio de água, Francisco Galdino, 63 anos, se entrega às orações e olha um pouco para o céu tentando de buscar consolo. Todos os três filhos ajudam na manutenção da casa, trabalhando com criação de gado em terras de outros donos.
A família tenta sobreviver, atualmente, através da extração do caulim, assim como fazem tantas outras na zona rural do Junco do Seridó.
A última vez que o 'Açude do Estado' sangrou, o agricultor do sítio Aldeia Nova observava uma verdadeira romaria, com pessoas diariamente indo buscar água naquelas terras. Era o ano de 2005 e, desde então, a seca só vem aumentando e se prolongando.
A última vez que o manancial teve algum resquício de água, que ajudasse a abastecer a população, foi há mais de nove meses.
“O açude já está seco assim há seis meses. Tinha até peixe, vinha gente direto buscar água, todo dia. Agora a gente vive do caulim, o gado está morrendo com fome e nas próximas semanas já não tenho mais o que dar para comer, até o capim seco está acabando”, explica Francisco Galdino. Seu filho Luciano Galdino, 24, ainda lembra que até a lama do açude já foi retirada.
“Vieram aqui com máquinas e tiraram o barro para vender. Agora só restou a terra ressecada”, disse.
Em Pombal, ainda no Sertão, o que deveria ser época de colheita do feijão e milho se transformou em aflição. Nem mesmo a palma forrageira, conhecida planta cáctea que se desenvolve na mais rigorosa das secas, está sobrevivendo. Segundo os agricultores, a planta está 'dobrando' e quase não tem nutrientes que sirvam como ração para o gado.
“Plantei milho e feijão no começo do ano, mas nem chegou a nascer. A situação é triste, chega a dar medo”, contou o agricultor Severino Castro, 42 anos, morador do sítio Barro.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel José Walber Rufino Tavares, uma comissão de órgãos do Estado está fazendo um levantamento para calcular os prejuízos da estiagem. "Nós temos acompanhado as cidades em situações mais crítica e encaminhado os pleitos aos órgãos competentes. Isso é nosso papel", explicou Rufino.
Fonte: JP Online

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