Na quarta-feira (19), 42 mandados de prisão foram cumpridos na ação.
Grupo é responsabilizado por 60% dos homicídios da Grande João Pessoa.
Sargento da PM foi preso durante Operação
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
Subiu para 46 o número de presos na Operação Esqueleto, que
desarticulou um grupo criminoso que, de acordo com a polícia, pode ser
responsável por 60% dos homicídios cometidos neste ano na Grande João
Pessoa. Na quarta-feira (19), 42 mandados de prisão foram cumpridos na
ação, que contou com equipes das polícias Civil, Militar e Rodoviária
Federal.(Foto: Walter Paparazzo/G1)
Nesta sexta-feira (21) e no sábado (22), policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) prenderam um homem e uma mulher. Segundo o delegado do GOE, Cristiano Jacques, contra ambos havia mandados de prisão temporária expedidos pela 5ª Vara Criminal da cidade de Santa Rita, pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico. “Ela tinha como função dentro do grupo esconder a droga, tirando de um lugar para outro, evitando assim o flagrante e dificultando o trabalho da polícia", afirmou o delegado, ainda acrescentou que outras pessoas podem ser presas no decorrer das investigações.
A Polícia Civil já anunciou que vai pedir a transferência de alguns dos detidos na operação para presídios federais. A ação conjunta deteve, inicialmente, 42 pessoas e desarticulou toda uma organização criminosa. Segundo o delegado Cristiano Jacques, a organização seria responsável por comandar o tráfico de drogas no estado, queimar ônibus, realizar rebeliões em presídios, além de ser mandante dos principais homicídios violentos registrados na Grande João Pessoa.
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De acordo com a polícia, o grupo era responsável por 60% dos homicídios praticados em 2012 na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba. 50 mandados de prisão foram expedidos.Dos 42 mandados de prisão cumpridos, 25 foram expedidos para suspeitos em liberdade e 17 são contra acusados que já estavam presos e atuavam de dentro dos presídios. Os suspeitos detidos durante a operação serão levados provisoriamente para presídios da capital paraibana. No balanço apresentado na coletiva, a polícia informou que foram apreendidos um revólver, munição, aproximadamente 1 kg de crack, e uma grande quantia em dinheiro, incluindo doláres e sucres, moeda usada nos países da ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América).
Delegado Cristiano Jacques disse que a polícia não
teme represálias (Foto: André Resende/G1)
O delegado Cristiano Jaques afirmou que essas prisões pode ser
considerada a maior operação conjunta feita no estado. “Esta organização
criminosa existia na Paraíba até hoje (19). A partir de agora posso
afirmar que este grupo criminoso organizado não existe mais. É o fim do
grupo organizado no estado”, sentenciou Jacques. Ainda conforme o
delegado, a maioria dos crimes violentos cometidos na Região
Metropolitina de João Pessoa serão reduzidos drasticamente.teme represálias (Foto: André Resende/G1)
Entre os presos na ação conjunta das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal está um
sargento da Polícia Militar, que também era candidato a vereador em Bayeux pelo partido PSL. Segundo o delegado Cristiano Jacques, Arnóbio Gomes Fernandes prestava serviços de segurança particular para sub-chefes da quadrilha de tráfico de drogas. De acordo com o Secretário de Segurança Pública da Paraíba, Cláudio Lima, um Inquérito Policial Militar (IPM) será aberto para investigar a participação do sargento na organização.
Segundo investigações, a violência para executar as vítimas era uma característica marcante do grupo criminoso. A polícia afirma que traficantes rivais que "invadiam" a área da organização eram assassinados com requintes de crueldade.
Segundo a Polícia Civil, foi constatada no curso das investigações a existência de uma organização criminosa administrada de dentro dos presídios de João Pessoa, como se fosse uma verdadeira empresa. Os lideres que cumpriam pena detidos deixavam uma cartilha para que os integrantes livres cumprissem compromissos.
Ainda conforme a polícia o grupo tinha hierarquia e tarefas bem definidas, com gerentes, distribuidores, soldados do tráfico e vendedores diretos aos dependentes químicos. A organização criminosa atuava nos bairros periféricos da capital, bem como nos municípios de Santa Rita e Bayeux, na Grande João Pessoa.
Relação com outras organizações criminosas
Polícia concedeu coletiva para falar da Operação Esqueleto
(Foto: André Resende/G1)
Para Cristiano Jaques, grande parte das drogas comercializadas pela
organização criminosa paraibana desarticulada nesta quarta-feira (19)
era fruto de parcerias com organizações criminosas de outros estados,
como São Paulo. “Há indícios de que uma outra grande organização
criminosa de São Paulo tinha vínculos com a organização desarticulada
hoje na Paraíba. A investigação aponta que parte da droga comercializada
aqui era enviada por São Paulo”, comentou.(Foto: André Resende/G1)
O secretário de Segurança Pública da Paraíba, Cláudio Lima, afirmou que o combate ao tráfico de drogas e a violência consequente não passa apenas por ações do próprio estado, uma vez que as drogas não são produzidas na Paraíba. “Não temos produção de drogas. A maconha, o crack, a cocaína, o ecstasy são trazidos até as nossas cidades. A droga consumida no estado vem de fora. O combate ao tráfico tem que ser tratado como um trabalho conjunto em todo país”, explicou.
Lavagem de dinheiro
Presos na Operação 'Esqueleto' são encaminhados
para Central de Polícia em João Pessoa
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
Após o cumprimento do mandado de prisão e busca e apreensão, a polícia
passará a investigar um esquema de lavagem de dinheiro utilizado pela
organização criminosa. Segundo Cristiano Jacques, a quadrilha investia
parte do dinheiro coletado com o tráfico de drogas na construção civil.para Central de Polícia em João Pessoa
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
“Encontramos um grande prédio sendo construído na comunidade do Timbó, nos Bancários (em João Pessoa), que seria financiado com dinheiro de traficantes. Iremos investigar se outras casas construídas na comunidade possuem ligação com o grupo”, completou.
De acordo com o Jacques, a operação não acabou e o trabalho da polícia será contínuo. Para o delegado do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE), a polícia não teme represálias. “Iremos continuar reprimindo o crime que quer se organizar. Não tememos represálias, a polícia não vai, de forma alguma, temer bandidos”, declarou.
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