O
ministro Arnaldo Versiani esteve ontem em João Pessoa participando de
um evento no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) e se
manifestou acerca da possibilidade do senador Cássio Cunha Lima (PSDB)
disputar o governo do Estado nas eleições de 2014. Na opinião dele,
Cássio está inelegível, em função da cassação do mandato de governador
nas eleições de 2006.
O ministro,
no entanto, acha que como a composição do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) está sempre mudando, pode ser que em 2014 o entendimento já seja
outro. “Como a composição da Justiça Eleitoral modifica muito, de dois
em dois anos, então dependerá realmente da interpretação que for dada.
Agora, por exemplo, na atual composição do TSE, houve muita divergência
em relação a pessoas que foram cassadas em 2004, se elas poderiam ser
candidatas em 2012”.
Particularmente
falando do caso do senador Cássio Cunha Lima, ele disse não ter
condições de precisar qual será a hipótese que valerá em 2014. “Gostaria
muito que ele exercesse o mandato de senador e quem sabe aguardasse uma
nova oportunidade para as eleições de 2018”, afirmou Versiani, que na
última quinta-feira se despediu do Tribunal Superior Eleitoral, após
seis anos de atuação na Corte.
Ele
explicou que os oito anos de inelegibilidade previstos na Lei da Ficha
Limpa começam a contar a partir do ano da eleição em que o político
cassado concorreu. No caso de Cássio, que disputou a eleição de 2006, a
inelegibilidade dele vai até 2014. “A divergência está em saber se esses
oito anos atingiriam até o final de 2014 ou se eles seriam restritos
até a data da eleição”, afirmou.
Versiani
disse que não prospera a tese de que Cássio já teria cumprido a pena,
uma vez que quando ele foi cassado a lei anterior previa três anos de
inelegibilidade. “Essa hipótese não vingou e hoje em dia não acredito
que vá vingar de jeito nenhum, porque o próprio Supremo Tribunal Federal
já decidiu no sentido de que a lei se aplica a fatos e condenações
passadas. Se ele foi condenado a essa pena de cassação, porque teria
praticado conduta vedada nas eleições de 2006, ele está inelegível pelo
período de oito anos a partir de 2006, sem dúvida nenhuma”, destacou.
A
reportagem entrou em contato com o senador Cássio Cunha Lima para
comentar as declarações do ministro Arnaldo Versiani. Uma mensagem foi
enviada para o seu celular e ele respondeu que preferia não falar do
assunto. “Não quero falar sobre isso. Minha opinião pouco importa”,
respondeu o tucano.
COMEMORAÇÕES
As declarações de Arnaldo Versiani foram prestadas durante evento ocorrido ontem no qual a Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba (EJE-PB), dirigida pelo juiz-membro do TRE-PB, Márcio Accioly de Andrade, comemorava os dez anos de sua instalação.
As declarações de Arnaldo Versiani foram prestadas durante evento ocorrido ontem no qual a Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba (EJE-PB), dirigida pelo juiz-membro do TRE-PB, Márcio Accioly de Andrade, comemorava os dez anos de sua instalação.
O
presidente do TRE-PB, desembargador Marcos Cavalcanti, fez a abertura do
evento pela manhã e contou com a participação de juízes e promotores.
Jornal da Paraíba
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